Destacam-se nessa pesquisa o diálogo entre as entrevistas feitas com os depoentes, os documentos que testemunham a época – legislações, textos escritos em jornais, fotografias dentre outros que apresentam uma sucessão de acontecimentos e registram a organização do espaço escolar, as condições materiais da escola e a metodologia de trabalho desenvolvido. Esse intrincado percurso vivenciado nos anos 30 aponta a construção do debate sobre a necessidade de um sistema público de ensino (gratuito, democrático e laico), vinculado ao discurso do compromisso do Estado com a formação de professores primários. Os valores transmitidos nesse momento foram portadores e fizeram parte de um projeto de nação a ser construído por meio da educação escolar no sentido de aprimorar a docência como uma prática experimental e científica, associada à profissionalização. No rastro dos dados coletados são evidenciadas as configurações, tempos e linguagens que permeiam o projeto de crescimento e desenvolvimento do país, considerando a educação como propulsora do progresso e instrumento de reconstrução nacional, em conformidade com as aspirações de promoção e ascensão social. Estiveram presentes na “Normal de Campinas”, movimentos contraditórios, que ora exaltavam o poder da formação de professores nessas escolas, ora denunciavam seus problemas e suas deficiências. Face a essas considerações, torna-se imprescindível ressituar, no contexto educacional, o círculo de ideias, amizades e lutas que circulavam na época a respeito do papel da escola para o desenvolvimento moral e intelectual dos jovens estudantes candidatos à docência.
Autores: | Leny Cristina Soares Souza Azevedo Maria Cristina dos Santos Peixoto |
Palavras-chave: | memória; cultura escolar; formação de professores; história da educação. |
Referência completa: | AZEVEDO, L. C. S. S.; PEIXOTO, M. C. dos S. . A institucionalização da educação no início do XX: o advento da formação de professores. Nuances (UNESP Presidente Prudente), v. 29, p. 163-177, 2011. |