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Transferência e docência: Mudanças no laço social

Em virtude da perda de referências em torno das relações sociais (Roudinesco, 2003) discute-se a necessidade de reformulações no vínculo educativo, de modo a proporcionar uma aprendizagem que valorize a convivência (Nicolescu, 1994 apud Delors, 1998) baliza dos relacionamentos interpessoais entre professores e alunos.

Centrando nossa discussão deste intricado problema nas relações interpessoais entre professores e alunos delimitamos nosso objeto de pesquisa em torno das relações que o conceito de transferência resguarda com o do inconsciente. Partimos também da compreensão lacaniana destes mesmos conceitos, quando o autor acentua que o inconsciente não sustenta apenas uma subjetividade, mas, sobretudo testemunha o Outro da cultura. Isso se dá a partir da compreensão de uma não separação constitutiva entre o que é do coletivo das relações sociais e o que é do particular de cada um. A transferência pode ser entendida então como manifestação inconsciente estereotipada, que se antecipa às novas relações, e se constitui na tensão entre o coletivo e o particular, carregando as marcas de gozo de uma determinada época. Como conduzir eticamente tais relacionamentos em tempos de perdas de referenciais consagrados de autoridade e detenção de valor social? Como os professores da atualidade se situam frente às expectativas sociais de suas funções em mutação? Por outro lado, quais construções subjetivas de suas funções estarão fazendo os professores ante as novas configurações sociais enfrentadas? Nosso projeto avança a partir da análise de entrevistas semi-estruturadas, com viés clínico, com professores do ensino fundamental I, naquilo que elas podem testemunhar acerca dos impasses da docência em tempos de indefinição dos vínculos sociais entre professores e alunos.

Coordenação: Maria Angélica A Mello Pisetta (UFF)
Bolsistas de IC: Mayara B. Barros (UFF)
Instituições apoiadoras: UFF (bolsista de IC)
Ano de início: 2012