Mannheim estava se referindo à situação de caos moral e psicológico no pós-guerra europeu, quando seria necessária a revitalização espiritual da sociedade a partir da “reserva psicológica” existente nos jovens. Como não se assombrar frente a tal expectativa hoje, quando nos deparamos com o lugar destinado aos jovens nas dinâmicas sociais contemporâneas. Não mais como atores sociais que protagonizariam a renovação social, aos jovens parece ter sido destinado o lugar de “reserva do ódio social”, quando, ao se tornarem depositários das contradições sociais, tornam-se objeto seja de extermínio físico, seja de impedimentos para a ação criadora do mundo em que vivem.