Para os jovens, inseridos nas condições econômicas e culturais de vida das sociedades modernas, trata-se de buscar novas filiações simbólicas que lhes permitam reconfigurar sua posição no mundo como atores e participantes de um espaço mais amplo e complexo que o da família de origem. Assim, embarcar na aventura da existência significa, para o/a jovem, desapegar-se de referencias estáveis que até então constituíram para ele/a um mundo sólido de sentidos e valores. Como processo singular, este percurso se afirma e se realiza não necessariamente atrelado a uma lógica institucionalizada de etapas de vida com suas caracterizações típicas e pontos de chegada. “Tornar-se jovem”, como processo de ser o que se é, ou se quer ser, é sempre tentativo, imprevisível e aterrorizante para o sujeito, assim como, frequentemente, opositor e transgressor às expectativas normalizadoras da ordem vigente.