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A transição para a vida adulta no contemporâneo: um estudo com jovens cariocas e quebequenses

A transição para a vida adulta tem, na atualidade, se configurado como objeto de interesse e de investigação por parte de diferentes atores sociais, tendo em vista o panorama de dificuldades que jovens têm encontrado para sair da condição juvenil.

Novas configurações estruturais e mudanças culturais, contextualizadas na pós-modernidade, têm impactado o padrão até então estabelecido para a transição, principalmente no que diz respeito aos eventos tradicionais dessa fase, qual seja: terminar os estudos; viver do próprio trabalho; sair da casa dos pais, estabelecer moradia própria; casar; ter filhos. Esta tese tem o objetivo de investigar o processo de subjetivação de jovens no contemporâneo no momento de entrada na vida adulta. Tal questão assume relevância no contexto atual no qual processos de individualização produzem uma multiplicação de repertórios do ciclo de vida, rompendo assim com a linearidade da transição para a vida adulta e promovendo uma diversificação de itinerários. Também visa definir o estatuto da adultidade no contemporâneo, uma vez que a sociedade tem sido marcada por processos de juvenilização. Analisamos também como os jovens experienciam a condição de moratória a eles concedida, assim como a importância do trabalho por eles atribuída no processo de se tornar adulto. Para tal, foram realizadas entrevistas com 19 jovens cariocas e quebequenses (9 cariocas e 10 quebequenses), pertencentes à classe média e com pelo menos um ano de formado no ensino superior. A análise dos resultados demonstrou que a transição é descrita pelos jovens como uma aproximação progressiva ao universo adulto, onde se destaca a assunção de uma responsabilidade específica desse momento da vida. Neste processo, o trabalho mantém sua função de integração social e é considerada pelos jovens como aspecto viabilizador da vida adulta e referência identitária. O processo de moratória parece ser vivenciado de forma diferente por jovens quebequenses e jovens cariocas, uma vez que os primeiros vivenciam este momento através de experiências de aproximação à vida adulta, enquanto os últimos acabam mais restritos à esfera familiar e escolar. Finalmente, a reconfiguração pela qual passa o conceito de adulto parece fazer emergir uma adultidade reflexiva, porém, em coexistência ao adulto moldado na modernidade.

Autora: Renata Alves de Paula Monteiro
Palavras-chave: Transição para a vida adulta, Juventude, Adultidade, Trabalho, Individualização
Referência completa: MONTEIRO, R. A. de P. A transição para a vida adulta no contemporâneo: um estudo com jovens cariocas e quebequenses. Rio de Janeiro, 2011. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.